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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

E continuam falando do Rafinha


Em nova temporada em São Paulo desde o último dia 31, o humor politicamente incorreto do espetáculo “A Arte do Insulto” mantém a plateia do Teatro Shopping Frei Caneca (região central da capital paulista) entre gargalhadas um tanto surpresas.

No espetáculo, que deve virar DVD em breve, o comediante Rafinha Bastos alterna momentos leves e outros em que corre riscos (e se sai bem) ao fazer piadas sobre temas nada convencionais para um show de comédia. O resultado é que o público descobre humor até na pena de morte, no suicídio e no coma.

Bastos faz comédia stand-up em São Paulo desde 2003 e ganhou maior projeção no ano passado, com o programa “CQC”, da Band –durante as férias da atração, ele prepara um livro de humor e finaliza o texto de seu próximo show solo. É também ator –pode ser visto na série “Mothern”, do GNT– e jornalista, além de ter sido jogador de basquete por 15 anos.

Fiel à raiz do stand-up –baseado na observação do dia-a-dia e no despojamento, sem cenografia, figurino ou sonoplastia–, Bastos ainda assim se beneficia da formação de ator, exibindo desenvoltura e preparação de corpo no palco. Afinal, apesar da autenticidade que é característica do gênero, alguns dos melhores comediantes stand-up são também atores –Adam Sandler, Woody Allen e Jim Carrey, entre outros.

Sem perder a cumplicidade do público durante os cerca de 60 minutos de “A Arte do Insulto”, o humorista faz ainda algumas piadas pesadas e se aventura a brincar com um tema espinhoso: a fé. Poderia gerar mal-estar entre os espectadores, não fosse o fato de que boa parte da gozação tem como alvo o judaísmo –e Bastos é judeu. Gaúcho, ele também não poupa os conterrâneos, nem os naturais de outros Estados do país.

Bastos diz que chega a receber algumas reclamações por conta do teor das piadas. “Mas não são muitas. Eu faço questão de exibir meus preconceitos todos. Meu objetivo não é ofender”, afirma. “Não fazer piadas é que é preconceituoso. O importante é falar. Eu tento passar isso da maneira mais inteligente possível. É uma opinião, não uma agressão.”

“Quando faço piada contra a fila preferencial, por exemplo, os velhos são os que mais riem na plateia. Eu vejo o alvo da piada rindo”, afirma Bastos, mostrando por que é especialista na arte do insulto.

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