Entrevista para Quem?
10 perguntas dos leitores para Rafinha Bastos by Revista Quem
RGaúcho de Porto Alegre, o humorista e jornalista Rafinha Bastos, 31 anos, começou a fazer humor pela internet, em 1999, quando criou um site em que satirizava clipes de artistas como Madonna e Abba. Hoje, depois de muitos shows solo, comerciais de TV e de atuar em Mothern, série do GNT, ele ocupa a bancada do programa Custe o Que Custar (CQC), sucesso das noites de segunda-feira na Band. Sério, contrastando com o humor que faz, Rafinha recebeu o repórter Cláudio Marçal para responder às perguntas dos leitores de QUEM enviadas ao site da revista. “Sou um comediante, não um piadista. Piadista é um cara chato à beça”, disse, no Teatro do Leblon, no Rio, onde apresenta A Arte do Insulto.
1. De onde vem a inspiração para os seus textos?
Lívia Maria Ribeiro Gonçalves, Santa Rita do Sapucaí (MG)
De tudo. Do dia-a-dia, de experiências pessoais, de conversas com amigos, observação, televisão. Empacotar a realidade de maneira engraçada – esse é o papel do comediante, principalmente o atual, que elabora as próprias histórias.
2. Você já fez alguma sátira e depois se arrependeu?
Samuel Freitas, Montes Claros (MG)
Nunca. O que já aconteceu foi eu ter falado uma coisa que foi interpretada de outra forma e me arrependi por não ter deixado claro o que eu quis dizer.
3. No Brasil, é mais fácil satirizar político ou artista?
Cristiano Bessa, Pacajus (CE)
Acho mais fácil satirizar o artista, porque a política se auto-satiriza. É muito difícil concorrer com a classe política. Basta descrever algum ato político que muitas vezes ele é comédia.
4. O que mais o revolta na sociedade brasileira?
Aline Bragança, Niterói (RJ)
A inércia do povo é o que mais me revolta. Pelo seu nível cultural e intelectual, é mais fácil para o brasileiro entender o escândalo do cartão corporativo, em que o cara gasta o dinheiro público em tapioca, do que quando o filho da p... está levando muito mais dinheiro para o exterior.
5. Insistem em comparar o CQC com o Pânico na TV. Como você encara isso? Vê semelhanças entre os dois programas?
Aline de Souza Pires, Guarulhos (SP)
É normal. O telespectador precisa de uma referência, e quem estava fazendo um humor diferente era o Pânico. Com o tempo, o CQC se estabeleceu e vendeu seu formato. Hoje, não há tanta comparação. Quanto às semelhanças, elas estão no aspecto pioneiro, mas no humor não há.
6. Li que o CQC vai acabar no final de 2009. É verdade?
Andréia Batista, João Pessoa (PB)
Não estou sabendo disso. Acredito que algum contrato deva acabar em 2009. Rolam muitos boatos, sobre se vai acabar, se vai continuar, sobre um novo integrante. Eu não sei de nada.
7. O que pensa sobre uma mulher no CQC?
Rayssa Helena Hasters, Juiz de Fora (MG)
Nunca pensei muito a respeito. Se você olhar o programa, que já esteve quase no mundo inteiro, o cast foi quase sempre de homens. Mas acredito que uma mulher fazendo parte do CQC, sim, seria bem legal. Bonita e tal (risos).
8. Como consegue fazer humor sendo tão mal-humorado?
Cristiane Pereira dos Santos, Caraguatatuba (SP)
Isso é uma bobagem. É que eu faço o quadro Proteste Já e muitas vezes não tenho piada, mas nunca tive alguém que me conhecesse e me chamasse de mal-humorado. Existe uma grande diferença entre o comediante e o piadista. O comediante é um profissional que trabalha com comédia. O piadista é um cara chato à beça. É aquele que levanta para contar piada. Não sou esse cara e não vou ser.
9. Da turma do CQC, você, para mim, é o que mais se expõe. Anda com seguranças? Teme represálias de quem você denuncia?
Sônia Maria de Araújo, Belo Horizonte (MG)
Esse comentário não é incomum. Meus familiares me falam que tenho que andar com seguranças. Toco na ferida até o limite, mas nunca fui agredido de tomar soco na cara. Não me sinto com a saúde física ameaçada. Sou um cara grande (ele tem 2 metros de altura).
10. Como surgiu a idéia de utilizar a internet para a divulgação de seu trabalho e quando percebeu que estava dando certo?
Michelle de Jesus Santana, Cariacica (ES)
Sou de Porto Alegre e nunca tive muita chance de fazer o que queria na televisão. Em 1999, criei meu site. Vi que estava dando certo dois anos depois, quando passei a receber 50 e-mails por dia. Percebi que estava formando opinião.
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